Apologética e Polemismo

Ordenação de mulheres. Pode?

Assim como outros assuntos muito debatidos entre os cristãos ao longo da história, como por exemplo: Trindade, dízimo, possível perda ou não da salvação, batismo por aspersão ou imersão, etc., o ministério pastoral (ou diaconato) feminino, é igualmente polêmico.

É importante ressaltar que todas essas questões são debatidas porque não há “mandamentos” explícitos sobre esses assuntos, e porque os textos bíblicos não os detalham suficientemente.

Não há dúvida de que nos tempos bíblicos, e ainda até hoje em muitos países, a mulher não ocupava lugares e direitos na sociedade como ocupa hoje. Porém, a emancipação feminina em prol do Reino de Deus era evidente nos dias de Jesus como também nos dias de Paulo.

Abordaremos então argumentos que são contra o ministério feminino, e as respostas concernentes a cada objeção:

 

1- NÃO HÁ NA HISTÓRIA DA IGREJA, NENHUMA EVIDÊNCIA DO PASTORADO (OU DIACONATO) FEMININO?

Ao contrário do que a afirmação acima sugere, há muitas referências na história da igreja de que mulheres exerciam sim cargos eclesiásticos, como o de diaconisas, por exemplo.

CLEMENTE DE ALEXANDRIA, no século II, escreveu que os apóstolos eram acompanhados em suas jornadas missionárias por mulheres que não eram suas esposas, mas colegas, e “que poderiam ser seus companheiros ministros em lidar com donas de casa. Foi através deles que o ensinamento do Senhor penetrou também nos aposentos das mulheres sem que despertasse escândalos. Também conhecemos as instruções sobre as mulheres diáconas que são dadas pelo nobre Paulo em sua carta a Timóteo “. – (Stromata 3,6; paragr. 53)

JOÃO CRISÓSTOMO (347-407) escreveu: (sobre Júnias) “De fato, ser um apóstolo é uma grande coisa; Mas para ser mesmo entre os de nota; Apenas considere o que é um grande elogio que é … Oh, quão grande é a devoção desta mulher, que ela mesmo deve ser considerada digna do nome de apóstolo. – (Crisóstomo, Homilia sobre Romanos 16, – Philip Schaff, ed, A “Select Library” dos Pais Nicenos e Pós Nicéia da Igreja Cristã, vol. II, p. 555)

EUSÉBIO considerava as quatro filhas de Filipe, em Atos 21: 9, como profetisas, e “pertencentes ao primeiro estágio da sucessão apostólica”.

PLINIO, o jovem (gov Romano; 112 dC) detalhou seus esforços para lidar com a igreja nascente na Bitínia. Tinha achado necessário interrogar os líderes, duas escravas chamadas diáconos. Essas mulheres aparentemente seguiram a tradição de Febe. – (Epistolarum líber, Plínio, o Jovem, escrevendo a Trajano; 10,96)

DiDASCÁLIA (ou Doutrina dos 12 apóstolos; Constituição eclesiástica composta na primeira metade do séc III, para a comunidade de cristãos convertidos do paganismo da síria setentrional); diz: . “…O diácono está presente como tipo de Cristo, por conseguinte, seja amado por vocês; a diaconisa seja amada por vocês como tipo de Espírito Santo; Os presbíteros, também sejam considerados por vocês como tipo de apóstolos…” – (Did. II, 26, p.104)

O CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA estabeleceu requisitos para a ordenação das diaconisas, e as Constituições Apostólicas inclui sua oração de ordenação: …“Oh Deus eterno, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Criador do homem e da mulher, que encheu com o Espírito Miriã, e Débora, e Ana, e Hulda; que não desprezou que Seu filho unigênito nascesse de uma mulher; que também no tabernáculo do testemunho e no templo ordenou que as mulheres fossem guardiãs dos teus santos portões – agora tu também olhe a esta tua serva, que deve ser ordenada para o ofício de diaconisa, e conceda-lhe o Seu Espírito Santo, e purifique-a de toda a imundície da carne e do espírito, para que ela possa exercer dignamente o trabalho ao qual ela está comprometida…” – (Forma de oração para ordenação de diaconisas, Constituição dos Apóstolos, Livro VIII, XX)

O concílio de Calcedônia (451), também traz: “…Uma mulher não deve ser ordenada diácono antes dos quarenta anos, e isto depois de um esmerado exame…” – (Decreta, pag. 70)

ORÍGENES comentou sobre Febe, a diaconisa que Paulo menciona em Romanos 16: 1-2: “Este texto ensina com a autoridade do Apóstolo que mesmo as mulheres são instituídas diáconos na Igreja. Esta é a função que foi exercida na igreja de Cencreia por Phoebe, que foi objeto de grande elogio e recomendação de Paulo … E, assim, este texto ensina ao mesmo tempo duas coisas: que há, como já dissemos, mulheres Diáconos na Igreja, e que as mulheres, que por suas boas obras merecem ser louvadas pelo Apóstolo, devem ser aceitas no diaconato “.

Temos aí então algumas referências acerca do diaconato na história da igreja.

 

2- NÃO HÁ RESPALDO BÍBLICO PARA O MINISTÉRIO FEMININO, NEM NO AT NEM NO NT?

Ao contrário do que se argumenta, há sim referências que apontam para mulheres que exerceram posição de autoridade espiritual, como também ministerial, como o diaconato por exemplo.

No AT: Miriam ( Êxodo 15:20 ), Deborah ( Juízes 4: 4-5 ), Ester ( Esther 4: 15-17 ) , Huldah ( 2 Reis 22:14; 2 Cr. 34:22-28) e Atalia ( 2 Crônicas 22: 10-12 ).

No NT, Febe é mencionada como um “diácono” em Rm 16: 1; e Junia destacou-se entre os apóstolos (Rm 16: 7); – É sabido que muitos discordam de que essas duas mulheres pudessem ser, de fato, diaconisas ou ministras. Porém, observemos cada caso detalhadamente:

 

FEBE

Os que discordam do diaconato de Febe, alegam que o termo grego “diakonos” não é um termo técnico, ou seja, uma patente eclesiástica, visto que “diakono” realmente passou a ser um termo técnico mais tarde. No entanto, estranhamente, os defensores desse argumento não fazem uso dele quando “diakono” se refere a homens. – Assim, violando o primeiro argumento, estabelecem o termo técnico “diácono” em relação aos homens.

É interessante que até mesmo as traduções em muitos trechos não traduz “diakono”, mas o translitera, e assim o transforma em termo técnico. Por exemplo:

“Diakonos” ocorre 30 vezes no NT. – É traduzido por “servo” 7 vezes; – transliterado por “diácono” 3 vezes; – E traduzido por “ministro” 20 vezes. – Tomando então em conta a regra da exegese que diz que não é um termo que dá sentido ao texto, mas é o texto que dá sentido ao termo, por que é que textos onde “diakonos” aponta para um oficial da igreja pode-se traduzir como

“ministro” em Rom. 15:8; 1 Cor. 3:5; 2 Cor. 3:6; 6:4; 11:23; Ef. 3:7; 6:21; Col. 1:7,23,25; 4:7; 1 Tes. 3:2; 1 Tim. 4:6,

como “diácono” em Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8,12;,

mas somente em Rom 16:1 deve-se traduzir por “serva”???

E por que também se transliterou para “diácono” se, como também argumentou-se, ele não era ainda um termo técnico quando fora usado??

Fica claro que tais argumentações não procedem linguisticamente, mas tem somente a intenção de se levantar contra o diaconato feminino que, como se viu, está bem evidente no texto bíblico. Qual o critério para se traduzir “diakonos” somente em Rm 16:1 como “serva”? Só porque foi atribuído a uma mulher?

Por sorte nem todas as traduções cometem esse erro, como é o caso da King James, por exemplo, que traduz corretamente o termo para “diaconisa” em Rm 16:1.

 

JÚNIA

No grego, a questão em cima do nome “Ιουνιαν” (Junia), é:

1- se o acento circunflexo estiver na última (Ιουνιᾶν), é nome de homem; –

2- se ele tiver o acento agudo sobre a penúltima (Ιουνίαν), é nome de mulher.

Daí a grande diversidade de opiniões, pois há manuscritos que o trazem com acentuação na última, como também os que trazem na penúltima.

É preciso, então, considerar os acentos nos manuscritos gregos. Porém, eles não foram adicionados até o século IX aos manuscritos do NT. – Isso dificulta a tarefa de refletir pareceres dos primeiros séculos. – E, pelos mais recentes, a maior parte dos manuscritos tem o circunflexo sobre a ultima, considerando, assim, que fosse homem.

Todos esses comentaristas e teólogos a seguir consideram que Júnias era uma MULHER; – Robert Utley [Utley, Robert James. The Gospel According to Paul: Romans]; – Robert Mounce [Mounce, Robert H. Romans. Vol. 27. The New American Commentary. p. 275]. – Henry Alford [Alford, Henry, The New Testament for English Readers, p.Vol.3 p.130-1], – Eldon Jay Epp [Epp, Jay Eldon, Junia, the first female apostle, p.81]. – James Dunn [Dunn, James D. G. Romans 9–16. Vol. 38B. Word Biblical Commentary, p.895]. — Carolyn Osiek ’ [Pederson, Rena, The Lost Apostle, p.22] – Rev. Kathryn J. Riss [Riss, Kathryn, The Apostle Junia].

Há também os comentaristas que consideram ambas as possibilidades: “É duvidoso se nós podemos saber com certeza se Júnia era um homem ou uma mulher, por que a forma que Paulo usa aqui poderia ser tanto masculino coom feminino. Se é um homem, o nome é Júnias; se é feminino, é Júnia” [Sproul, R. C. The Gospel of God: An Exposition of Romans, p. 251].

Spence-Jones diz que é incerto se o texto faz referência a um homem ou uma mulher, porém, se for uma mulher, ela é certamente considerada como esposa de Andrônico [Spence-Jones, H. D. M., ed. The Pulpit Commentary: Romans. p. 455].

John Witmer afirma que não tem certeza se Júnia é um termo masculino ou feminino; Mas, caso fosse, a saudação seria dirigida a um casal [Walvoord, John F., and Roy B. Zuck, Dallas Theological Seminary. The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Vol.2, p.499-500].

Na Literatura grega do primeiro século, Júnia (Ἰουνιᾶν), masculino, não é encontrado. – Porém, o nome Júnias (Ἰουνίαν) feminino pode ser encontrado, pelo menos, duas vezes: Plutarco descreve Junia, mulher de Cássio e irmã de Brutus [Plutarch’s Lives, ed. by E. H. Warmington , vol. 6, Brutus (Cambridge: Mass.: Harvard University Press, 1918) 138- 39]. – E Tácito menciona uma virgem do templo de Vesta, durante o reino de Tibério (EC 20) chamada Júnia Torquata [Tácito, Annals, 3.69].

De modo semelhante, na literatura em Latim também não se encontra esse nome sendo atribuído a homens, mas, a mulheres, mais de 250 vezes. – (James D. G. Romans 9–16. Vol. 38B. Word Biblical Commentary, p.894;)

Além disso, há o testemunho patrístico. Muitos dos pais da igreja consideravam que Júnia era a esposa de Andrônico; Por exemplo: Ambrosiaster (c. 339-97); Jeronimo (c. 342-420), João Crisóstomo (c. 347- 407), Teodoreto (c.393-458); Primasio (c. 6 século.); João Damasceno (c. 675-749).

3- MUITOS TEXTOS NEO TESTAMENTÁRIOS DEIXAM EVIDENTE QUE AS MULHERES NÃO EXERCIAM CARGOS ECLESIÁSTICOS, E NEM MESMO PODIAM FALAR, ENSINAR, OU CANDIDATAR-SE AO ESPISCOPADO?

Abordaremos agora texto que são comumente usados para tentar desabilitar o ministério feminino. Como temos defendido até agora, o ministério feminino é perfeitamente comprovado ao longo da Escritura, e detalharemos agora ainda mais o que afirmamos.

Textos como 1 Tm. 2:12, 1 Cor. 14:34, por exemplo, NÃO expressam uma PROIBIÇÃO ministerial às mulheres, mas dão ênfase à submissão aos seus maridos, como também costumes referentes à cultura da época.

E como Paulo poderia ser contra o ministério feminino, se ele mesmo dá às mulheres, dentro da igreja, o poder de orar e profetizar em público? Se Paulo estivesse mesmo impedindo, teremos que dizer que há uma grande contradição entre 1 Cor. 11:5 e 1 Cor. 14:34. –

Vejamos:

1 COR. 11:5 – “..Mas toda a mulher que ORA ou PROFETIZA com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.” – (1 Cor 11:5)

Os termos gregos são: “proseuchomai” (orar, fazer oração, rogar por), e “prophēteúō” (profetizar, ser profeta, falar sob inspiração divina, prever);

1 Cor. 14:34 – “..As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido FALAR; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.” – (1 Cor 14:34)

O termo grego é “laleō” (falar, dizer, conversar); – e não “didaskein”, (ensinar).

Assim, vemos Paulo tratando de “ordem” no culto em ambas as referências, e não de autoridade, legitimidade ou legalidade ministerial, pois o que está claro em 1 Cor. 14:34 é que Paulo, desde 14:28, aborda a questão de “estar calado” mediante a ação de outrem. Isso se repete também em 14:30, e, por fim, no 34, onde a idéia ainda continua a mesma: Estar calado no culto em detrimento da ação de outro.

Isso se confirma em 14:35, quando o apóstolo faz referência a que as mulheres perguntassem em casa aos seus maridos, caso quisessem “aprender mais sobre algum ensino”.

Portanto, Paulo apenas continua a instruir a “ordem” no culto, enfatizando o cuidado de não falar quando outro estava falando, e igualmente as mulheres que também deveriam “APRENDER EM SILÊNCIO”, conforme está claro em 1 Tm. 2:11, como também nos diz a King James, sobre 1 Cor. 14:34:

“…as mulheres devem permanecer em silêncio nas igrejas, quando não lhes é permitido falar;”

O advérbio “quando” expressa circunstância de tempo. Assim, o sentido obedece o contexto, cujo assunto é “ordem no culto”, e não autoridade ou legalidade ministerial.

De igual modo, 1 Tm. 2:12 é uma referência à mulher em relação ao seu “marido”, e não ao gênero masculino (homem). Há distinção entre o contexto que envolve 2:1-11, e entre 2:12-15. E é justamente pelo contexto (2:12-15) que muitas versões vertem o “andros” (Aner) em 1 Tm 2:12 para MARIDO, e não para “homem”. Isso acontece em outras ocorrências do mesmo termo com a mesma tradução (|Mat. 1:16, Mc. 10:2; João 4:16, Rm 7:2, 1 Cor. 7:2, Gal. 4:27, 1 Tim 3:2, 12, Tit 1:6, etc….

Há elementos dentro do contexto que evidenciam que Paulo não está tratando de “homens e mulheres”, significando “gênero”, mas sim, “marido e mulher”. Paulo faz uso de “Adan” e “Heua” (Adão e Eva), e também, diz respeito à mulher que “der à luz filhos”, o que NÃO diz respeito ao “Gênero humano” como um todo, mas ao contexto familiar: marido, mulher, filhos.

Em 1 Tm 3, também NÃO temos uma referência restrita acerca de que os “bispos” deveriam ser, necessariamente, homens, e não também mulheres.

O termo grego traduzido por “alguém” é “tis” (τις), e é um pronome indefinido, podendo significar “alguns”, “qualquer pessoa, ou objeto”, etc., além de que, no próprio texto, o apóstolo inclui a mulher dentro das MESMAS exigências que vem fazendo aos homens (1 Tm 3:11). Portanto, o texto de Timóteo NÃO restringe o episcopado aos homens (gênero masculino), mas a “qualquer” que o desejar.

Logo, o texto não restringe o “bispado”, o “diaconato” e nem o “EPISCOPADO” (episkopé) aos homens, mas inclui aí também as mulheres, e por isso diz dentro do mesmo contexto que:

“…da mesma sorte as mulheres sejam sérias, não maldizentes,..” (3:9) – numa continuação ao versículo anterior que disse que:

“…da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre”,… (3:8)

Desse modo Paulo evidencia que o texto é uma extensão do que vem dizendo já desde o início a TODOS (alguém, homem ou mulher) que desejam o episcopado (ofício de bispo), com os adendos de que os “diáconos” fossem também (além do já dito inicialmente) honestos, e as “mulheres” fossem sérias e não maldizentes; – Porém, TODOS incluídos no mesmo time de “aspirantes” ao episcopado ou diaconato.

 

4- CONCLUSÃO

Jesus enviou seus apóstolos para espalhar o evangelho ao mundo, sabendo das dificuldades que haveriam de enfrentar, como era encontrar comida e abrigo sabe-se lá onde, quando e como; Além disso, o martírio lhes era outro perigo iminente, sem contar também os demais perigos ao longo do caminho. Sem dúvida alguma isso jamais seria o papel para um grupo de mulheres, nem naquele tempo e nem em nossos dias.

Não devemos também considerar que homens são exclusivos para o ministério cristão, só porque a figura “masculina” é abrangente nas Escrituras, como por exemplo: Deus é “pai”, tivemos “patriarcas”, os 12 apóstolos eram homens, etc. – Não há dúvida de que, nos tempos bíblicos, e ainda até hoje em muitos países, a mulher não ocupava lugares e direitos na sociedade como ocupa hoje. Porém, a emancipação feminina em prol do Reino de Deus era evidente nos dias de Jesus, como também nos dias de Paulo.  E como dizer também tratar-se de uma heresia, se há elementos bíblicos e históricos que garantem que o ministério feminino era uma evidência ao longo dos testamentos.

Se olharmos por essas “lentes”, até mesmo o próprio Novo Testamento seria uma heresia em relação ao Antigo, visto que a presença da mulher à “serviço de Deus” era, diferente do Antigo, completamente ampla e robusta.  O NT é muito mais “inclusivo” do que o AT.

Como disse alguém: As mulheres foram os discípulos na cruz, e os primeiros no túmulo vazio. Foi das mulheres o primeiro testemunho de que Jesus havia ressuscitado. Assim, sem dúvida alguma:

“Muitas mulheres receberam o poder pela graça de Deus e realizaram muitos feitos de valor varonil”. – (Clemente de Alexandria)

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